POEMA - O PAPAGAIO



O que falta no macaco
Sobra no papagaio;
Para o tal ser falador
Não necessita de ensaio;
Ave muito inteligente,
Grava tudo como gente
Ainda mais no mês de maio.

Belamente cativante,
Amestrado, sem canseira;
Põe o pé em qualquer dedo,
Na base da brincadeira;
Buscado na natureza,
Fala e canta com destreza,
Cultivando a fofoqueira.

Vive até oitenta anos;
Folgadamente ele voa;
Da cor verde, o verdadeiro;
Amarelo na coroa;
Com tom azul pela testa,
Prepara-se para a festa,
Encontro de gente boa.
  
As aves da mesma raça
Têm variantes de cores;
Conforme seu habitat,
As penas são multicores;
Tem de cabeça amarela
E de outras cores singelas,
Num cenário de primores.

Ele habita nos cerrados,
Na mata e margens de rios;
Na cavidade das árvores
Põe seus ovos e tem filhos;
Com prole de três a cinco,
A fêmea com muito afinco,
Sabe conservar seus brios.

Papagaio não se esquece
Nem sequer ele gagueja;
Aprecia cereais,
Só não bebe é cerveja;
Criado dentro de casa,
Gosta de bater as asas,
Falando à dona: me beija.


Paulo Oliveira

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