POEMA - O PODER





O poder é uma força
Que alimenta o ambicioso;
Que o transforma em arrogante,
Pernóstico e orgulhoso,
Ultrapassando os limites,
Sem querer que alguém mais grite
Como rival poderoso.

O poder é como o verbo,
Totalmente irregular,
Diverso dos regulares,
Difíceis de conjugar;
Vejam: Posso, Podes, Pode;
Um exemplo que sacode
Até o raciocinar.

Dinheiro, poder e fama
São as armas principais
Do pretenso mandatário,
Que não recua jamais
Da índole de ditador,
Querendo sempre se impor
Contras os direitos, não mais.
  
Vem de longe essa fobia
De querer dominar tudo;
Não sabendo que só Deus
Pra deixar o homem mudo,
Surdo, cego e sem razão,
No instante em que a decisão
Liquida com os absurdos.

Não se deve mais ouvir
“Quero, posso, faço e mando”;
Cada qual no seu setor,
Consciente do seu mando;
Até os legisladores,
Ao lado dos julgadores
São reféns do próprio engano.

Não basta dizer que pode
Se não tem o poderio;
O poder é passageiro,
Ora calor, ora frio;
E aquele homem obcecado
Se torna um balão furado,
Despencando no vazio.


Paulo Oliveira

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