Poema - A vaca


A vaca também constava
No presépio de Belém,
Na chegada de Jesus
Em noite de muito amém;
Nesse improvisado arranjo,
Ela viu até os anjos
Cantando para o neném.

Na Índia, a vaca é sagrada,
Adorada como deusa;
Ela não pode ser morta
Por causa de sua alteza;
Aqui, porém, tem aceite
Por causa do rico leite
E da carne sobre a mesa.

A vaca depois de morta,
Modifica até o sexo,
Ao ser chamada de boi;
Um costume com reflexo
No preço lá no mercado,
Onde morre como gado
Na natureza sem nexo.

É muito belo o cenário
De uma vaca no curral,
Amamentando o filhote
Á vista do maioral,
Touro bravo, vigoroso,
Que deixa o dono orgulhoso
Por lhe render capital.

Tem vaca de todo preço,
Dependendo de sua raça;
Se é nelore ou zebu,
Da holandesa nunca passa;
Na exposição pecuária
Ela é campeã da área
Onde recebe uma taça.

Se a vaca contém aftosa,
De logo comenta o povo,
Que “a vaca foi para o brejo”
E “o pinto para seu ovo”;
Mas quando a raça quer bis,
Faz logo dela matriz

Junto de um garrote novo.

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