POEMA - A CARPIDEIRA



A CARPIDEIRA

Há muitos fatos na vida,
Naturais ou inesperados,
Causadores de emoções,
Estando ou não preparados
Os amigos e parentes
Desse Ser que de repente
Tem o óbito confirmado.

Tristeza é bem normal
Nesse tipo de ocorrência,
Quando um coração sincero
Deplora, sentindo a ausência
De quem não respira mais,
Mas há fatos anormais
Que ofendem a consciência.

Fala-se na carpideira,
Aquela cara de pau,
Uma artista da mentira
Que comove o funeral
Com choro, cinismo e vela,
Fingindo na sentinela
Algo como natural.

Ela chega até vestida
De preto como de luto
Ao lado de companheiras,
Preparadas para o culto;
Cheias de falsidade,
Enquanto dona verdade
Interpreta como insultos.

Ante o corpo do finado,
Parecem ser verdadeiras
As lamúrias ensaiadas
Do grupo das carpideiras;
Pra quem não sabe de nada
Fica com a alma abalada
Num pranto de cachoeira.

Para tanto são treinadas
Para esse tipo de evento,
Onde apenas interessa
O peso do sentimento
Tocado por esse estilo;
Lágrima de crocodilo
No maior descaramento.


Paulo Oliveira

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