POEMA - AS MÃOS

 AS MÃOS

Nossos dois membros, as mãos,

São deveras relevantes

Não só para nosso corpo,

Movendo-se a cada instante,

Assim como a própria vida,

Pois, estão comprometidas

Com manejos incessantes.

 

São elas que nos recebem

Ao chegarmos neste mundo,

Pelas mãos abençoadas,

Frutos de um amor profundo,

De nossa mãe e outros entes,

Com cuidado intermitente,

Que não cessa um segundo.

 

Assim, as mãos se norteiam,

Aprendendo a comer,

Dona de si como adulta,

Lutando para aprender

O manejo do trabalho,

Onde até o quebra-galho

Nossas mãos têm de saber.

 

Nesse belo aprendizado

Todas as mãos se exercitam

Com ajuda dos dedinhos

Que tocam, saúdam, palpitam;

Sinalizam para os mudos,

Que também são sempre surdos

E, por isso, nos imitam.

 

As mãos que pegam em armas

E matam seus semelhantes

São as mesmas que, no piano,

Tocam notas deslumbrantes;

Também, as que acariciam,

São as mesmas que arrepiam,

Dando tapas tão chocantes.

 

As mãos servem para tudo;

Para conferir dinheiro,

Para dar aquele adeus

Àquele amor passageiro

Que, de longe, dar a mão

Ao choroso coração,

Que fica sem paradeiro.

Autor: Paulo Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário