O maranhense Catulo,
Sem ela talvez seus versos
Teriam desfecho nulo;
Além dele, outros poetas
Fazem dela alvo e meta
Para alcançá-la
num pulo.
Ela reina em seu espaço,
Ao redor deste planeta,
De quem é o seu satélite,
Sem aspecto de cometa;
Ela e a terra são do rol
Da estrela chamada sol
Sem outra mais que se meta.
Como é bela a lua grávida,
Redondinha e toda branca,
Prestes a beijar a terra,
Numa gravidade franca;
A causar muita influência
A todos, com dependência
E botando aquela banca.
Ela anda de quarto em quarto
E quando aparece é cheia;
Quer no minguante ou crescente
Ela fica sempre alheia;
Depois finge que renova
A cara de lua nova
Quem no escuro já foi feia.
No auge do seu clarão,
A dominar todo céu,
Parece noiva de branco,
Imponente desde o véu;
Sugerindo muito amor
Por quem ela desposou
Antes da lua de mel.
Cuidado com dona lua,
Rainha da astrologia,
Pois quem dela se apaixona,
Viciado em poesia,
Fica tão alucinado,
Com sintoma de aluado,
Trocando noite por dia.
Poema extraído do livro "Cordel Maranhense, Sem Mentira Nenhuma".
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