POEMA - O LOBO GUARÁ

 

O LOBO GUARÁ

Enfim o lobo guará

Tomou conta do real,

Na cédula de duzentos,

Para nós, nada de mal;

Veio iludir mais o bolso,

Fingindo trazer reforço

Para o frágil capital.

 

Ele se encontra na lista

Dos propensos a sumir

Desta fauna brasileira;

Caníveo desde o latir;

De cor preta quando nasce;

Não se esconde no disfarce,

Porque só sabe é latir.

 

De guará só tem a cor,

Um tom quase avermelhado;

Vive em média cinco anos,

Transitando no cerrado;

Ele gosta de caçar

Na hora crepuscular,

Solitário ou acompanhado.

 

 

Ele tem, em seu cardápio,

Só roedores e frutas;

Não ataca o ser humano;

Não é uma espécie bruta;

Conhece bem a savana;

Outro bicho não lhe engana

Por ser ligeiro na luta.

 

Nada tem de lobo mau;

É da raça do canino;

Patas longas, bons ouvidos;

Sempre esperto, faro fino;

Tem de três a quatro filhos;

Não é do homem empecilho

Por não ser nenhum felino.

 

Descobriram seu valor

Lá na Casa da Moeda;

Tomara que a inflação

Não lhe dê bastante queda;

Esse lobo só faz bem,

Ainda mais ao que não tem

Igual sorte de quem herda.


Autor: Paulo Oliveira

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