O URUBU NA NOTA DE TREZENTOS

Preveni-vos, brasileiros

Da América do Sul,

Que, após o lobo guará,

Vem à nota do urubu;

Não aquele do Flamengo,

No ninho de muito chego,

Onde já teve um rebu.

 

O Brasil precisa dele

Ou bilhões da sua espécie,

Para limpar a sujeira

Da corrupção que acontece

Na área pública ou privada,

Onde a moral disfarçada

Cada vez mais apodrece. 

 

Os delitos que a polícia

Diariamente investiga,

Manda o Ministério Público

E este, à Justiça, que obriga,

Por sentença, a gente fina,

A devolver a propina,

Amarrada com mil ligas.

  

A nota é de trezentos,

Emitida na cadeia

Ou na penitenciária;

O seu valor desnorteia

Qualquer um da ficha suja;

Não precisa ser coruja

Pra conhecer grana alheia.

 

Empresários e políticos

São alvos desse nojento,

Que fareja bem de longe

O ladrão horripilento;

É ave de cor escura;

Quando voa nas alturas,

Parece ser cem por cento.

 

Ele apenas se alimenta

Da fedentina moral;

Na família dos abutres,

Ele é o principal;

Nasce branco e fica escuro

Pra reinar sobre o monturo,

Onde há dinheiro ilegal.

 

Autor: Paulo Oliveira

 

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