No presépio de Belém,
Onde foi posto o
menino,
O Messias Redentor,
Havia asinino e ovino,
Além da vaca e do boi,
Que não sabe como foi
Esse milagre divino.
O bovino está presente
Em quase todo lugar;
Pelo campo, enquanto vivo,
Antes de alguém lhe
matar;
Para o açougue, indo
depois,
Seguido de muitos bois
Sem ninguém pra lhes
salvar.
É notável o consumo
Da sua carne, dia a
dia,
Em qualquer parte do
mundo,
Através da garantia;
Igual a ouro no
mercado,
Produto bem procurado,
Fermentando a economia.
Tudo dele tem valor,
Desde o couro até feze;
Dele tudo se aproveita,
Até quando vira tese;
Na escola da chifração,
Onde tem só gozação
E ai daquele que não
reze!
Ora como Bumba-Boi,
Ora como Boi-Bumbá,
Pela voz do cabeceira
A toada vibra ao ar;
Durante a festa junina,
O ritmo vira rotina
E o ano todo sem
cessar.
Lá no tempo de Moisés,
Desde o bezerro de
ouro,
Já tinha boi adorado
Como deus, um desaforo!
Um bicho apenas de
chifre,
Transformado em um rosbife
Sem notícia do seu couro.
Paulo Oliveira
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