A HISTÓRIA DE UM PETISTA





Abaixo do Poderoso,
todo começo tem fim,
seja de ferro ou de carne,
seja bondoso ou ruim,
ainda mais quando o poder
corrói a mente do ser
ao julgar-se um querubim.


Há um filme bem recente
no cenário brasileiro,
não é o de Padre Cícero
nem de Antônio Conselheiro
ou sequer de Lampião;
é de outro cidadão,
um petista por inteiro.


Tem o apelido de Lula,
não do mar, mas um humano,
registrado em Garanhuns,
no sertão pernambucano;
quando criança migrou
para onde se enraizou,
São Paulo, terra dos manos.


Com voz rouca e cavernosa,
conseguiu um bom emprego;
na farda de metalúrgico,
destacou-se desde cedo
como operário da crítica;
para ingressar na política
teve de perder um dedo.


Durante a Revolução,
ao se impor contra o regime,
foi preso com barba e tudo
pela presunção de crimes,
entre os quais, a persistência
de querer a Presidência,
um sonho até bem sublime.


Mas, aí, o pau-de-arara,
gorducho e cheio de fibra,
ao governar o País,
ficou de pernas pra riba,
por se envolver com propinas
e o resto já se imagina:
foi parar em Curitiba.



Paulo Oliveira (Paulíver).

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