Uma coisa que incomoda
Profundamente a pessoa
É quando chega o receio
De não estar numa boa;
Arranhado o sentimento,
Há temor que um forte
vento
Venha afundar a canoa.
Quando há desconfiança
De alguém mais querendo
o trono,
Na escala da
concorrência,
Entre dois pretensos
donos,
Entra no palco o ciúme,
Exalando mau perfume,
Tirando dos dois, o
sono.
Quem não sabe defender
Aquele bem que possui
Não merece ter a posse
Daquilo que cedo rui;
Mas se tem a garantia
Do que nunca falharia,
O medo não evolui.
O ciúme entra forte
No enredo da comédia;
Ele pode provocar
Encenações de tragédia;
O medo de perder o amor
Faz com que o condutor
Só ande de curtas rédeas.
Algo que dói, o ciúme,
Com sintoma de derrota;
A estima fica birrenta,
Urinando atrás da
porta;
O ganhar é fabuloso
E o perder é desonroso
Quando alguém não se
comporta.
Coitado do ciumento
Que dá crédito em futrica;
Sorte tem quem passa ao
largo
Dessa droga que
complica;
O ciúme causa estrago
Como um fruto bem
amargo,
Que no final adocica.
Paulo Oliveira
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